Esquema para dar início a uma prática de Pranayama

Baseado nas anotações durante as aulas de Pranayamas de Prashantji no Workshop em Bellur.

<strong>Jaya Chakravarty
Yoga Rahasya Vol26 No4: 2019</strong>

Muitos de nós não temos a oportunidade de estudar com **_Prahsantji _**por um longo período de tempo. Eu vou usualmente a Pune em viagens curtas e usualmente pego as aulas dele nesse meio tempo com algumas sessões de muita informação e transformação. Porém eu sinto a falta de construir o processo do pensamento de uma forma sistemática e a influência portanto na minha prática é um pouco desordenada e com muitos retrocessos ao invés de ser progressiva e de longo tempo.

O workshop de uma semana, portanto, foi uma chance rara de poder testemunhar uma apresentação esquemática de seus ensinamentos simplificando de forma profunda a compreensão dos asanas e pranayamas.

Desde que o workshop terminou venho tentando usar esse esquema prático como um caderno de estudos. Vejo que faço progressos sistemáticos, insiro outros conceitos correlatos muito bem seguindo o esquema dele e uso vários esquemas e combinações de permuta com essa base. Aqui segue um trecho do esquema baseado nas notas que fiz durante o workshop.

Conceitos genéricos

**Pranayama **não é um exercício pneumático – é poesia cósmica que não deve tão somente ser compreendida mas apreciada e saboreada.

Faça uma prioridade em suas sessões de asanas de separar 10% de tempo e energia para desenvolver-se na respiração: observação da respiração, aplicação da mesma, fazendo sua correta colocação. Isso pode ser feito em todos os asanas, dos mais simples aos mais complexos, estáticos e dinâmicos. Estudos mais detalhados podem ser conduzidos quando em asanas mais simples de maior permanência. Isso é preparatório para pranayama. Estudar a respiração em asanas diferentes : em pé, sentado, flexões, extensões, torções, inversões e em diferentes regiões como cabeça, peito abdome, zona pélvica etc.

Apreciação da respiração versus compreensão da respiração :

Pranayama não é um exercício pneumático – é poesia cósmica. Assim como a poesia não deve ser compreendida meramente, mas saboreada e apreciada devemos desenvolver a habilidade de obter um “órgão apreciativo”do** ****pranayama**.

Uma pessoa não pode fazer ou pegar o**_ pranayama_**, mas aprender a apreciar e observar o **pranayama**.

Uma inalação ou exalação nunca é completa, e portanto, tecnicamente essa instrução não é correta. Mas as instruções de inalar/exalar completamente seguem fazendo sentido pois a respiração de um iniciante é muito rasa de início. Quando escutamos a instrução de respirar completamente nós inspiramos e exalamos muitas vezes mais comparativamente. Entretanto nos textos de yoga essa instrução técnica não aparece, menciona-se em proporção que está ligado, que ligam-se ao caráter de volume e duração da mesma.

O desenvolver da respiração acontece em camadas múltiplas e ciclos: as primeiras rodadas são tão somente para orientação. Só teremos uma evolução quando um esquema de respiração for repetido por várias vezes, com disciplina.Deve-se fazer descansos suficientes entre os ciclos para que os sensores, atores, receptores não fiquem embotados. Não tem como evoluir com pausas muito longas ou tenta-se apenas uma ou duas vezes.

É importante dizer que durante a menstruação ou para aqueles que possuem condições específicas abdominais ou ainda em casos de cirurgias deve-se praticar uma deflação do abdome passiva e nunca tentar succionar o abdome e espremê-lo.

Conceitos específicos:

Os conceitos, as posturas iogues e exercícios de pranayamas são listados mais ou menos na mesma ordem em que foram apresentados.

Conceito A: conceitos de fundação.

1- a respiração/exercício do pranayama não deve ser confundida com um ato respiratório, embora chamemos de controle da respiração. Tem muito a ver com o abdome e menor ligação com o peito e pulmões. (um iniciante recebe um bolster para as posturas supinadas e a abertura do peito é salientada nos asanas, pois eles não conseguem usar os pulmões suficientemente).

2- o final de uma respiração deve chegar até a parte mais inferior do abdome.

3- todo pranayama deve ter um intenso ou moderado mecanismo de _uddiyana _(trava abdominal).

Posições de asanas e exercícios de pranayama :

Supta baddha konasana com o* bolster* longitudinalmente sob a coluna.

  • Torne-se presente na sua atenção a respiração e respire pela barriga como órgão principal.
  • Comece com uma exalação e expire em largo volume. Todos órgãos abdominais de cima à base devem participar. Da vesícula biliar até a bexiga. O final deve invariavelmente seguir ao umbigo.
  • Siga dessa forma alguns ciclos e tome uma respiração para recuperar em frequência normal.
  • A exalação pode ser de uma vez ou em múltiplas vezes. Exale estágio por estágio. Pode-se valer de uma dose suplementar de inspiração para então a exalação continuar ainda mais. Nos ciclos subsequentes observe o soltar do abdome e a deflação do mesmo; e não o faça o esforço de não contrair-lo.
  • Desenvolva ciclos múltiplos e tome uma pausa com ciclos para se recuperar com respirações normais e mecânicas.
  • O abdome como um órgão de inalação : o abdome deve contrair e desinflar na inalação também; porém a inalação e sua contração é diferente da exalação e sua contração. Inale estágio por estágio. Quando não for possível inalar desinflando os órgãos abdominais; relaxe-os e faça o oposto- deixe o abdome expandir, infle e “DE UDHIANISE e até NÃO-UDHIANISE”. Entretanto enquanto o praticante progride a proporção de desinflar os ciclos condicionados devem aumentar.
  • Desenvolva ciclos múltiplos e tome uma pausa com ciclos de recuperação respirando normalmente / mecanicamente.

Supta Baddha Konasana com um _bolster _longitudinalmente sob a coluna– nádegas ligeiramente na ponta do bolster.

Sirsasana nas cordas;

Supta Virasana ou Matsyasana ou Purvottanasana com bolsters cruzados.

Repita todos os 3 asanas;

Desenvolva uma clareza sobre a diferença entre as fases de inalação e exalação nesses asanas. Por exemplo: já existe uma orientação de deflação do abdome no sirsasana nas cordas e isso precisa ser melhorado. Em Supta Virasana esse ato pode ser um pouco difícil, mesmo que estejamos familiarizados com o asana as inalações que desinflamam demandam uma educação que é aprendida , praticada e familiarizada.

Desenvolva ciclos múltiplos. Tome uma pausa com ciclos para recuperar respirando normalmente de forma mecânica.

Conceito B: Respiração não é feita, mas guiada.

A jornada da respiração nas diferentes partes do corpo são diferentes em suas diferentes partes, com dinâmicas opostas. Observe as diferentes considerações e negociações nas localizações distintas do corpo e descubra quais ações devem ser encorajadas e quais devem ser desencorajadas.

Posições de asanas e exercícios de **pranayama**:

Savasana com bolster embaixo da coluna.

Considere a torne-se sensível à respiração. Determine quais condições são desejáveis na inalação e exalação nas diferentes partes do corpo;

Considere seu abdome. Respiração lenta, rarefeita, fina e profunda no abdome. Defina as ações com respeito ao corpo ligado ao abdome (pele, músculos e tecidos). Note que nas exalações o desinflar deve ser encorajado enquanto que nas inalações a atenção é de desencorajar o inflar;

Desenvolva ciclos múltiplos e tome pausas com respirações normais e mecânicas;

Inalações com confinamento do peito. Abra e infle o peito lentamente como uma flor que desabrocha sem inflar o cérebro. Nas exalações desencoraje a deflação e sucção do peito que é encorajada no abdome durante as exalações;

Desenvolva ciclos múltiplos e tome pausas com respirações normais e mecânicas;

Respiração de confinamento da cabeça-cérebro e face. Durante a exalação observe como o cérebro , tecido do crânio, da face, da parte interna externa do nariz e ouvidos trabalham como órgãos da exalação. Não deflaciona-se o cérebro e a cabeça. Deflação e sucção são encorajadas somente no abdômen durante a exalação. No lugar a prioridade é dada para soltar, distensionar, abandonar os variados tecidos. Observe as mesmas partes durante as inalações mas não dilate/ infle/ puxe o cérebro como fazemos com o peito;

Desenvolva ciclos múltiplos e tome pausas com respirações normais e mecânicas.

Conceito C: no pranayama todos os órgãos tornam-se “respiradores”.